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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Moqueca de Ovo da Mamãe

Mamãe, quando solteira, estudou durante um ou dois anos em Salvador. Foi aí que aprendeu algumas das suas receitas baianas com as quais nos deliciava.


A Moqueca de Ovo, não sei por que razão, era sempre feita na hora do jantar.
Eu adorava, quando chegava à noitinha da aula e ela dizia: “Fiz moqueca de ovo”. Tomava um banho rápido, quase de gato, e ia direto pra mesa para poder saborear aquela moqueca maravilhosa, que era digna dos deuses, além de conter o mais delicioso de todos os ingredientes: seu carinho, seu afeto.


Pois é, hoje em dia, quando faço Moqueca de Ovo, muito mais do que seu singular e magnífico gosto, ela me sabe a amor... Então, desejo que você participe deste gostinho de Bahia e de amor de mãe nesta receita muito, muito especial. Bom apetite!
Ingredientes *Xícara de chá: 190ml *Xícara de café: 80ml *Colher de sopa: 15ml *Colher de chá: 2,5ml
Moqueca
1. 6 ovos grandes (60-65g cada)
2. 1 colher de sopa de azeite dendê (uso Lorde)
3. 3 dentes grandes de alho espremidos
4. 1 cebola média fatiada em rodelas finas
5. 1 pimentão verde médio fatiado em rodelas finas
6. ½ pimentão vermelho médio fatiado em rodelas finas
7. 3 tomates médios fatiados em rodelas finas


8. 3 colheres de chá rasas de sal (colher de 2,5ml)
9. 3 pitadas de pimenta do reino
10. 2 colheres de chá rasas de coloral
11. 4 colheres de sopa rasas de folhas de coentro picadas
12. 4 colheres de sopa de azeite dendê
13. 2 xícaras de chá de água


14. Sal para polvilhar os ovos


Pirão
1. ½ xícara de café de farinha de mandioca seca, NÃO TORRADA, para fazer o pirão
2. 1 xícara de café de água (80ml) para molhar a farinha de mandioca


Preparo
1. Numa frigideira funda de 22x5,5cm (uso Nigro) refogue o alho no azeite dendê até dourar. Acrescente a cebola e o pimentão, refogando até a cebola murchar um pouco. Adicione o tomate e refogue até começar a desmanchar. Acrescente o sal, a apimenta do reino, o coloral e o coentro, e mexa bem; ponha então as outras 4 colheres de sopa de azeite dendê e as 2 xícaras de água. Misture e PROVE O SAL. Deixe cozinhar 2 minutos, mexendo de vez em quando.


2. Acrescente os ovos colocando um no centro da frigideira e cinco ao redor dele; polvilhe-os com sal. Cubra com uma tampa de panela e abaixe o fogo quando começar a ferver. Vez por outra, ponha colheradas de molho fervendo sobre os ovos para que as gemas cozinhem mais rápido*. Quando as gemas estiverem cozidas**, apague o fogo, retire os ovos um a um com uma escumadeira e ponha-os num prato de bolo. Remova o excesso de tempero que fica pregado nos ovos e retorne-o para a frigideira. Cubra os ovos com uma tampa de panela grande e faça o pirão.


3. Pirão: numa tigelinha, coloque a farinha de mandioca e a água; misture bem e acrescente ao molho que ficou na panela. Misture. Acenda o fogo e deixe ferver até engrossar e cozinhar (aproximadamente 2 minutos), mexendo sempre com uma colher de pau até obter um pirão mole. Derrame o pirão em 3 pratos fundos e ponha dois ovos por cima de cada porção de pirão. Sirva imediatamente, acompanhado de arroz branco e de uma colher de sopa ao lado de cada prato, pois moqueca de ovo come-se mesmo é com colher. Ponha na mesa algumas pimentas ou molho de pimenta para os aficcionados. Rende 3 porções.


*Como as gemas cozinham mais lentamente que as claras (sua coagulação pelo calor faz-se em temperatura mais alta que a das claras), acelera-se o seu cozimento colocando o molho fervente diretamente sobre elas.


**Se preferir, deixe as gemas moles e retire os ovos antes de elas endurecerem.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Bolo Luiz Felipe Verdadeiro: Segredos Desvendados

Faz três anos que tento fazer um Luiz Felipe tão saboroso e cremoso como eram aqueles da minha adolescência. Em 2009, publiquei uma receita desse bolo no Blog, que ficou muito gostosa. Para chegar a ela, procurei tanto na internet como com pessoas conhecidas, levando uma boa surra de erros por cima de erros. Mas, mesmo gostosa, o sabor e a textura realmente não me satisfizeram, pois não chegaram ao ponto ideal que eu tinha na memória. Deixei de lado, então.

Este ano, voltei a procurar na net e encontrei uma receita da Mattu Macedo, que me deixou animada, contudo sem saber se valia a pena o trabalho e mais uma decepção, já que as minhas condições de saúde não estavam ótimas.

Lembrei então de ver novamente os cadernos de receitas da mamãe, onde
encontrei quatro receitas de Luiz Felipe. Foi aí que uma delas me chamou a atenção: "Pudim Luiz Felipe". Finalmente “caiu a ficha”! Se era pudim, tinha que ser em banho-maria, além de ter uma elevada quantidade de líquidos, duas características básicas de todo pudim. Isto me animou a analisar a receita da Mattu e comparar com aquela que eu havia publicado. Muito parecidas as duas. Embora a da Mattu recomendasse banho-maria, achei que não ficaria tão cremosa como eu queria -- e realmente não ficou --, já que o leite de coco e a manteiga eram em pequenas quantidades. Estes últimos, junto com o açúcar, são os grandes responsáveis pela maciez de um bolo ou pudim, conforme meus conhecimentos científicos, recentemente adquiridos, sobre a função química dos diferentes ingredientes de um bolo.

Lembrei também que mamãe sempre falava que a minha tia, que fazia um Luiz Felipe delicioso, usava ½ kg de manteiga de alta qualidade! Então, aproveitei a receita da Mattu, aumentei a manteiga e o leite de coco para resultar numa maior cremosidade, enquanto reduzi o açúcar porque estava excessivamente doce para o meu paladar*. Ficou simplesmente divino, maravilhoso, perfeito!!! Como a receita não é minha, não preciso de nenhuma modéstia, podendo dizer francamente que foi o melhor Luiz Felipe que já comi em toda a minha vida. Aconselho você a fazê-lo. Ah, vai amar de paixão.

*Testei diferentes combinações de quantidades de açúcar, manteiga e queijo parmesão. Só no sexto teste atingi o ponto ideal.


Receita do Bolo Luiz Felipe

Ingredientes
*Xícara= 190ml *Colher de chá= 2,5ml
1. 600g de açúcar cristal (evite usar o granulado)
2. 1 xícara de chá de água (190ml)

3. 350g de manteiga de boa qualidade (uso Patrícia)

4. 15 gemas de ovos grandes (ovos entre 60-68g)
5. 6 claras de ovos grandes (ovos entre 60-68g)

6. 200g de farinha de trigo
7. 100g de queijo parmesão ralado (uso Vigor, pacote azul)
8. 2 garrafinhas de leite de coco (400ml) (uso Sococo tradicional)

.Vai precisar de: Formas redondas de 27x4cm e de anel (funil) de 24x9cm, assadeira de pizza de 30cm de diâmetro, margarina bem espessa para untar (uso PRIMOR), 1 colher de chá (2,5ml) de manteiga para untar a assadeira de pizza.

Preparo
1. Acenda o forno a 235º. Coloque uma forma redonda de 27x4cm dentro do forno, para o banho-maria. Marque 20 minutos, e ponha 500ml* de água para ferver num papeiro com bico e cabo longo. Marque mais 7-8 minutos, calce luvas de silicone e derrame a água fervente quase toda de uma só vez (para evitar que ela salte e queime seu braço) na forma que está no forno. Certifique-se de que o forno continua aceso.

2. Assim que acender o forno: pese e meça todos os ingredientes. Coloque na mesma tigela a farinha de trigo e o queijo, e misture; deixe os outros ingredientes em tigelas individuais. Leve a manteiga ao microondas por 15-20 segundos, na potência máxima, para amolecê-la (não é para derretê-la). RESERVE.

3. Separe as 15 gemas e as 6 claras (6 ovos inteiros + 9 gemas) e ponha na tigela grande da batedeira. RESERVE.

4. Unte com margarina, do tipo mais espessa (uso Primor), e polvilhe com açúcar cristal** uma forma redonda de anel de 24x9cm.

5. Coloque a água e o açúcar cristal numa panela de 18cm de diâmetro com cabo longo, SEM MEXER; ponha uma colher de pau dentro, para não derramar na fervura, e leve ao fogo para fazer uma calda em ponto de fio fino*** (aproximadamente 6 minutos após iniciar a fervura com bolhas grandes). Quando iniciar a fervura com bolhas grandes, abaixe o fogo.

6. NA BATEDEIRA, enquanto a calda atinge o ponto: Fure as gemas com uma colher e bata-as com as claras na velocidade 3 (média) durante 4 minutos. Acrescente o leite de coco, aos poucos, alternando com a mistura de farinha de trigo e queijo, batendo só até obter uma mistura homogênea. Desligue a batedeira. RESERVE.

7. Quando a calda estiver no ponto de fio fino, apague o fogo, coloque a manteiga distribuindo-a em diversos pontos da calda (para derreter mais rápido) e aguarde 1 minuto para que ela derreta, dando uma mexidinha superficial com a colher de pau para ajudar a derretê-la.

8. Ligue a batedeira na velocidade máxima e verta a calda quente, de 4-5 vezes, sempre batendo. Quando acabar a calda, bata só até obter uma mistura homogênea. Desligue a batedeira. Dê umas batidinhas rápidas com a tigela sobre a bancada para eliminar as bolhas de ar maiores.

9. Verta a massa na forma e leve para assar, no banho-maria, por 65 minutos ou até que o palito saia ligeiramente melado, quase limpo. Aos 50-55 minutos, se estiver pouco corado, aumente a temperatura para 250º. Quando retirar, deixe esfriar sobre uma grade (leva umas 4-5 horas). Para desenformar: Passe a ponta de uma faquinha de leve em torno do funil (anel) para soltar esta parte do bolo. Usando luvas de silicone, passe na chama do fogão a parte do funil, o fundo e a lateral da forma para soltar totalmente o bolo. Dê as tradicionais sacudidinhas e batidinhas na forma para descolar todo o bolo. Desenforme duas vezes para ficar com a parte corada para cima: a primeira, numa assadeira de pizza untada com uma pequena camada de manteiga**** (para a casquinha mole de cima do bolo não grudar na assadeira) e a segunda, no prato de servir.

*Uso pouca água no banho-maria porque este é um bolo/pudim e deve ficar corado em cima. Com muita água no banho-maria, há maior quantidade de vapor, o que dificulta obter o dourado do bolo.

**Não polvilho a forma com açúcar cristal, como é de praxe em pudins, porque a casquinha do bolo fica muito doce para o meu gosto. Fique à vontade para fazer como preferir, porém, com o açúcar polvilhado, é mais fácil de desenformar sem quebrar algum pedaço do fundo do bolo.

***Testo o ponto de fio colocando um pouco de calda num piris de cafezinho. Encosto nela as costas de uma colher de café e levanto-a mais ou menos 1cm: se fiar fino, está no ponto certo. Se fiar um pouco mais grosso, não se preocupe, fica legal também.

****Uso a ponta dobrada em quatro de um papel-toalha para passar a fina camada de manteiga na assadeira de pizza.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Bolo de Macaxeira ou Aipim

Gosto demais deste bolo, mas o fazia raramente, porque, antes de saber que dava certo com o processador, tinha que pedir a uma funcionária da mamãe para ralar a macaxeira no ralo, e isto me deixava altamente constrangida. Sei que ela fazia de muito boa vontade, mas detesto ocupar as pessoas. Então o processador foi meu grito de independência, minha alforria.

Basta ver uma boa macaxeira e sou impelida pela vontade de comer este bolinho saboroso, como aconteceu há algum tempo atrás. Quando terminamos a caminhada na Beira Mar, pedi ao meu love para dar uma parada no homem-da-macaxeira. Elas estavam excelentes e comprei três saquinhos de meio quilo. Já vêm descascadas e lavadas, de forma que a “boneca” aqui só faz passar no processador, mexer os ingredientes, assar e regalar-se com o bolo. Moleza, não? Se você experimentar, tenho certeza que vai gostar tanto do bolo como da moleza de fazê-lo.

Quanto aos créditos da receita, ficaram perdidos no tempo. Na época – que já tem alguns anos --, examinei várias receitas da net, uma outra que eu tinha e fiz algumas vezes, ajustando aos poucos ao meu paladar até chegar ao ponto de considerá-la perfeita, não tendo, portanto, a quem creditá-la.

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Minha ausência do meu blog e do de vocês deve-se ao INFERnário, perdão, inventário. Logo eu, que detesto papel, recebi esta triste e trabalhosa incumbência de inventariante. Tenho “passeado” bastante: bancos, cartórios, Exército, consultas advocatícias etc. Ah! Não precisam ficar com inveja de mim.....rsrsrs. Qualquer dia destes, se me der a doida, eu publico um Picadinho de Papel e mando tudo às favas...

E, para piorar, meu corpo continua a doer todo. Uma tal de fibromialgia por estresse. Hoje comecei o segundo tratamento, pois o primeiro só surtiu efeito por pouco tempo. Explicação médica: meu consciente aceita muito bem a morte da mamãe, mas o inconsciente -- que se reflete no corpo -- não quer saber do meu blablablá intelectualizado e blasé. Além disso, ainda apareceu uma perda de energia e de coragem tão grande, que só Deus sabe como me levanto, ando e faço as coisas que são de minha obrigação. Eu não ando, eu rastejo, juro! Qualquer hora dessas pisam em cima de mim pensando que sou um réptil, pode ter certeza!

Vou assumir uma “falta” de compromisso com vocês, tá? Quando der, faço e publico uma receitinha e aproveito para visitá-las. Quando não der, perdoem-me, mas estarei fazendo outras coisas bem desinteressantes ou sem coragem para fazer coisa alguma.

Um grande beijo e a minha saudade de todas vocês, que é grande. Laura Lucia


Ingredientes *Copo: 185ml *Colher de sobremesa: 7,5ml *Medidas rasas, salvo exceções explícitas

1. 1 ½ kg de macaxeira crua ralada

2. 2 copos de açúcar

3. 1 garrafinha de leite de coco tradicional (200ml)

4. 1 pacote grande de coco ralado (100g)

5. 4 ovos inteiros

6. 100g de manteiga

7. 1 colher de sobremesa de sal

Preparo

1. Rale a macaxeira no ralo mais grosso de ralar cenoura fininha (não é naquele maior e grossão) ou use o processador instalado simultaneamente com o ralo grosso e a lâmina de metal (faca) para ralar e dar uma triturada. Faça isto de duas vezes, usando 750g de macaxeira de cada vez.

2. Acenda o forno a 250º.

3. Unte com margarina e polvilhe com farinha de trigo uma assadeira retangular média de 35x22x3,5cm.

4. Numa tigela grande, misture os ingredientes 1, 2 e 3 com uma colher de pau; acrescente os ingredientes 4 e 5 e mexa bem; ponha então os ingredientes 6 e 7, mexendo até obter uma mistura homogênea. Verta na assadeira (não nivele, para ficar com picos altos e baixos, que é a beleza do bolo) e leve para assar até começar a dourar as bordas (uns 40 minutos). Gire então a parte de trás da forma para frente e reduza a temperatura para 220°, deixando no forno até corar alguns dos picos altos do meio do bolo: aproximadamente 50 minutos. Deixe amornar sobre uma tábua.

5. Desenforme morno virando duas vezes o bolo para ficar com a parte corada para cima: a primeira numa bandeja retangular qualquer e a segunda, no prato de servir. Se preferir, sirva cortado em pedacinhos, morno ou frio. Morno é sensacional.