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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Quiche de Palmito, Presunto e Mussarela

Estou sofrendo, em 2010, de um mal muito interessante: “Quichemania”. E sabe que estou adorando!?

Sempre apreciei quiches, mas as que encontro aqui, neste fim de mundo chamado Fortaleza, são de uma pobreza sem par de imaginação: queijo, queijo com presunto, presunto com queijo.... Desta forma, a minha monomania – temporária, espero -- está-me dando ótimos momentos de orgias pantagruélicas.

Fiz meu costumeiro tour pela net e optei por uma massa do blog Panelinhas. Excelente blog, por sinal; aconselhável um belo passeio por lá. Em relação ao recheio, como eu queria com palmito, encontrei uma Quiche de Palmito e Mussarela no velho amigo Cyber Coook. Acrescentei presunto de peru e modifiquei um tanto as quantidades do recheio. Veja nas fotos se não compensou o resultado!!!!

A quiche, para mim, tem que ter massa espessa e bastante recheio. Por isto adorei a forma da Tramontina, que tem bastante altura. Detesto aquelas coisinhas finas, sem massa e sem recheio que são uma “quichotada”, jamais uma quiche. Mas retornemos à atual. Garanto a você que foi uma das melhores quiche que já comi. Simplesmente divina! Se você quiser chegar perto do céu, experimente e verá. Bon appétit!
Ingredientes *Colher de chá: 2,5ml *Medidas rasas, salvo exceções explícitasMassa
1. 250 g de farinha de trigo
2. 125 g de manteiga
3. 1 ovo
4. 1 colher de sopa de água
5. 1 1/3 de colher de chá de sal

Recheio1. 300g de palmito cortado em cubinhos (uso Soberano, já picado)
2. 200g de mussarela fatiada e cortada em cubinhos
3. 230g de presunto de peru fatiado e cortado em cubinhos
4. 2 caixas de creme de leite (400g) (uso Itambé: é mais consistente)
5. 3 ovos
6. Duas pitadas de pimenta-do-reino
7. 1 colher de café de sal

8. Queijo parmesão ralado para polvilhar

Preparo
Massa
1. Ponha os ingredientes 1 a 5 numa tigela, misture inicialmente com uma colher de sopa e depois com as mãos, até obter uma massa homogênea. Embrulhe a massa em filme de PVC ou saco plástico hermético e leve à geladeira durante meia hora.

Recheio
1. Enquanto espera o tempo da massa: deixe o palmito escorrendo durante 5-10 minutos numa peneira.

2. Enquanto espera o tempo da massa: corte o palmito, a mussarela e o presunto em cubinhos, ponha-os numa tigela e misture. Acrescente o creme de leite, os ovos, a pimenta-do-reino e o sal.

Montagem1. Após a meia hora de gelar a massa: acenda o forno a 235º.

2. Espalhe a massa numa forma de quiche de 25x4,5cm (uso Tramontina).

3. Coloque o recheio na massa, regularize-o com uma colher de sopa, polvilhe com queijo parmesão e leve para assar por cerca de 40 minutos ou até dourar as bordas. Aos 25 minutos, gire a parte da frente da forma para trás com ajuda de dois garfos engatados nas canaletas da mesma: um empurrando para trás e outro puxando pra frente a forma. Objetivo: corar por igual. Quando retirar, deixe amornar sobre uma grade. Sirva morna com carnes, ou fria com saladas.

Dica: como essa forma de quiche mais alta (da Tramontina) não tem fundo falso, o jeito é servir a quiche nela. Para não arranhar muito o teflon, use uma faca de mesa de ponta redonda.

Nota: Antes de fazer a receita leia o tópico Medidas Utilizadas para que ela saia certinha.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Quiche de Champignon e Presunto

Muitas pessoas pensam que a gente morre quando as funções vitais se esvaem. Eu acredito que a gente morre, “vivinho da silva”, quando perde o interesse de aprender e melhorar, seja o que for.

É por isto que vivo a modificar as receitas, tentando aperfeiçoá-las – medo dos tapurus psicológicos, pode ter certeza. --A massa desta quiche, quando usei na Quiche de Palmito, Presunto e Mussarela soube-me gostosinha, mas não deliciosa, porque um tanto rígida e sem sabor. Então resolvi aumentar 25g de manteiga e uma gema de ovo. Agora, sim, ficou na textura certa e no sabor ótimo: crocante e com um paladar de manteiga no ponto exato. Amei!

Minha funcionária, vez por outra, pergunta: “ainda está testando esta receita”? Tenho vontade de contar-lhe o que Thomas Edison disse quando sua equipe perguntou-lhe se ele não se sentia derrotado por ter tido mil insucessos ao tentar fazer uma lâmpada. Ele respondeu-lha: “Não, não me sinto fracassado. Testamos mil maneiras diferentes de como não fazer uma lâmpada”. -- Será que ela entenderia? Adendo: no teste 1043 ele obteve sucesso.


Voltando à quiche: gostei demais dela. Muito delicada, muito fina. Até C. -- meu amor – que não é grande apreciador de champignons, elogiou. Fiquei muito feliz com o resultado!

Créditos da massa: Blog Panelinha. É uma delícia passear por lá. Tem cada receita... Créditos do recheio: revista Receitas de Sucesso - Tortas Salgadas - Ano 1, nº3, p.14. É claro que fiz modificações em ambos, pois adoro as comidas do meu jeitinho. Ah, sim, também não me incomodo que mudem as minhas receitas. Fique à vontade para fazê-lo, está bem?


Ingredientes *Colher de chá: 2,5ml *Colher de sopa: 15ml *Medidas rasas, salvo exceções explícitas

Massa

1. 250g de farinha de trigo

2. 150g de manteiga

3. 1 ovo

4. 1 gema

5. 1 colher de sopa de água

6. 1/3 de colher de chá de sal

Recheio (ingredientes em temperatura ambiente)

1. 1 colher de sopa de manteiga

2. 200g de champignons fatiados

3. 200g de presunto de peru fatiado e picado (ou presunto cozido, se preferir)

4. 1 lata de creme de leite SEM soro

5. 2 ovos

6. 1 pitada de pimenta do reino

7. 1 colher de café de noz-moscada

8. Queijo parmesão para polvilhar

Preparo

Massa

1. Ponha os ingredientes 1 a 6 numa tigela e misture tudo com as mãos, amassando sem muita delicadeza -- pois não é massa podre --, mas sem exagerar, para não sovar a massa.

2. Leve a massa para gelar por 30 minutos enrolada em filme de PVC ou saco plástico hermético.

Recheio

1. Esquente a manteiga e frite por 2 minutos os champignons. Deixe amornar. Numa tigela ponha os champignons fritos e acrescente os ingredientes 3 a 7 e misture bem. RESERVE.

Montagem

1. Após os 30 minutos de gelar a massa: acenda o forno a 235º.

2. Com as mãos, espalhe a massa no fundo e nas laterais de uma forma de quiche de fundo removível de 25x3cm.

3. Despeje o recheio sobre a massa, regularize-o com uma colher de sopa, polvilhe o parmesão ralado e leve para assar por aproximadamente 35-40minutos ou até corar a borda. Aos 25 minutos, gire a parte da frente da forma para trás com ajuda de dois garfos engatados nas canaletas da mesma: um empurrando para trás e outro puxando pra frente a forma. Objetivo: corar por igual. Quando retirar, deixe amornar sobre uma grade. Desenforme com ajuda de uma placa salva-bolo*. Sirva morna com carnes, ou fria com saladas.

*A minha placa salva-bolo veio sem cabo. Nestas lojinhas que consertam panelas, meu amor – um homem cheio de idéias ótimas e que adora ajudar-me – mandou colocar no salva-bolo um cabo de panela pregado com arrebites, inclinado cerca de 30º para cima. O cabo, para mim, facilita muito na hora de tirar a torta/quiche da base da forma e também no momento de transferi-la para o prato de servir. Para quem estiver interessado, comprei no site Ponto das Padarias. O tamanho ideal é de 30cm de diâmetro, mas, como não tinha, comprei de 35cm e me “quebra um galho” danado.

Obs.: Vi em várias receitas que o ideal era impermeabilizar a massa crua, após espalhar na forma, pincelando-a com uma clara e levando para gelar por 15 minutos. Fiz isto nesta quiche e simplesmente não aconteceu nada de diferente: a massa continuou a ficar cozida e não, assada, no local do recheio. Se o segredo é assar 10-15 minutinhos e só depois colocar o recheio, ainda não testei. Testei esta técnica com um empadão e o resultado foi uma bela droga, a tampa crua não pregou na massa semi-assada. Percalços de cozinheira...

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Garotas, quero, com toda a força de minh'alma agradecer as palavras de apoio, as orações, as esperanças de tudo passar na vida, a força e o estímulo para continuar lutando para melhorar e voltar à vida e ao seio desta nossa comunidade culinária, que tanto amo. Obrigada demais.

Estou quase ótima. As dores do corpo quase não existem, a minha energia vital está voltando e a alegria, que mora num localzinho especial de meu peito, está mostrando suas primeiras flores. É a vida superando suas dores e fazendo-nos crer no milagre da sua ressurreição primaveril...

Meu afeto, um abraço imenso e um beijo irmão e amigo para todas vocês, Laura Lucia

sábado, 3 de abril de 2010

O Segredo das Massas de Torta e Quiche: Um Cientista na Cozinha

Roberto, meu irmão do meio, e eu temos grande curiosidade por assuntos que nada têm a ver com nossas profissões, medicina e odontologia, respectivamente. Rimos muito quando falamos da nossa mais nova moda em questão de conhecimentos inúteis – é assim que os chamamos --, e sempre fazemos questão de lembrar, com orgulho, que herdamos esta característica do papai: um curioso de carteirinha.

A minha lista dos últimos anos inclui os temas mais díspares: filosofia, matemática, física, psicologia comportamental e cognitiva, felicidade: sob a ótica da filosofia e da psicologia positiva (esta custou-me 12 meses e mais de R$5.000,00 em 2005), teoria da evolução, neurociência, genética, máximas, auto-ajuda, do-in e mais outras coisinhas aparentemente prescindíveis. No entanto, tenho aprendido grandes lições e as aplicado na vida, estudando estes assuntos.

Nos últimos meses, resolvi que tinha de aprender a fazer boas massas de quiche e de torta salgada. Não ria, mas estou hoje exatamente com 19 massas testadas!!! Obtive quatro massas excelentes: duas de quiche e duas de torta salgada, e 15 belas porcarias! Então decidi usar a matemática para compreender o que fazia uma boa massa. Somei, subtraí, dividi, multipliquei, usei proporção, regra de três e... nada!

Foi quando lembrei que, em 1996, comprei o livro Um Cientista na Cozinha, do francês Hervé This, que à época serviu-me apenas para satisfazer a curiosidade. Pois não é que lá estavam os segredos -- que o “animal” aqui tentou desvendar gastando seus dois neurônios (o tico e o teco) com operações matemáticas! --, cujo mistério se encontrava na química e física, e nada tinha a ver com Pitágoras.


Depois dos prolegômenos (crise de intelectualidade, pode ter certeza!), vamos ao que interessa. Tentarei simplificar ao máximo a explicação das causas científicas que nos levam a obter uma massa de torta/quiche boa (macia) ou ruim (dura), segundo o livro Um Cientista na Cozinha*:

1. As massas de torta/quiche são feitas basicamente com farinha de trigo, gordura e água (ou leite);

2. A farinha de trigo é composta na sua maior parte por carboidratos, que são os grãos de amido (75%), e por proteínas chamadas glúten (15%);

3. A massa mais simples que existe é feita apenas com farinha de trigo e água. Quando estes dois ingredientes são misturados, forma-se um material com consistência de uma goma espessa que não adere aos dedos. Por que se forma esse tipo de material? Porque a água se introduz entre os grãos de amido da farinha, penetra neles, e os liga fortemente entre si. Quando se leva ao forno esta massa, a temperatura da água aumenta e os grãos de amido incham, formando uma goma (lado esq. da foto 2). A água aos poucos se evapora e essas gomas se soldam umas às outras, originando no final do cozimento um bloco único de massa dura (o bolachão assassino!);

4. Quando se acrescenta manteiga (ou outra gordura: margarina, banha etc) e água à farinha, os grãos de amido ficam envolvidos pela manteiga, portanto separados uns dos outros. A água e a farinha ainda vão formar uma goma (ligação por atração entre os grãos), mas a manteiga separa as gomas individuais não deixando que haja uma forte ligação entre elas e, consequentemente, a massa fica mais mole, mais flexível (lado dir. da foto 2).

Quando se leva esta massa ao forno, a água gradativamente se evapora, mas como as gomas individuais ficaram separadas pela manteiga, ela se torna quebradiça, isto é, não deixa formar o bloco duro de goma resultante da união forte de todos os grãos amido da massa.

Após assada e fria, a massa continua quebradiça (por isto chamada de massa quebrada ou podre) porque a união entre as gomas individuais é feita pela manteiga solidificada, um tipo de ligação ou união muito fraca;

5. Ao terminarmos de fazer uma massa para torta/quiche, a qual leva manteiga e água (ou leite), devemos deixá-la repousar por um motivo muito simples: para permitir que a água migre entre os grãos de amido, e então penetre neles para formar diversas gomas individuais antes de ir para o forno e para fazer os grãos incharem quando receberem o calor do forno. Lembre-se: a manteiga que você colocou está envolvendo todos os grãos de amido, dificultando a penetração da água nestes grãos. Assim, faz-se necessário dar um tempo para a água ultrapassar a barreira de manteiga e penetrar nos grãos: que é o tal descanso ou repouso da massa tão aconselhado nas receitas.

Obs.: Ele não fala nada sobre a necessidade de pôr a massa na geladeira durante o descanso, recomendação que vemos frequentemente nas receitas, nem sobre quanto tempo de repouso ou descanso é preciso.

6. Devemos nos lembrar que a farinha também contém glúten, uma proteína que é ávida por água e que, na sua presença, forma uma rede superdura, embora elástica. Estas redes são criadas quando a massa é sovada. Quanto mais sovada for uma massa, mais dura ela ficará porque o glúten se coagula e forma as tais redes elásticas e duras.

Se você quer uma massa de torta supermacia e quebradiça, primeiro misture bem a farinha de trigo e a manteiga, envolvendo completamente os grãos de amido com esta gordura, e só depois acrescente a água e os outros ingredientes. Como os grãos de amido ficarão envolvidos pela manteiga, a entrada da água será dificultada, formando apenas as gomas necessárias. Se o amassamento for limitado (só o suficiente para misturar os ingredientes), não se criarão as redes de glúten, as quais fariam a massa de torta ficar dura. Lembre-se: sovar endurece a massa. Daí por que nas massas quebradas ou podres recomenda-se amassar delicadamente os ingredientes com as pontas dedos, isto é, não sová-las.

RESUMO:

1) Massa de torta/quiche supermacia e quebradiça obtém-se misturando primeiro a farinha de trigo e a manteiga (ou outra gordura) e só depois adicionando a água e os outros ingredientes. Por quê? Porque os grãos de amido envolvidos pela manteiga, quando entrarem em contato com a água, formarão somente gomas individuais, as quais não poderão se ligar fortemente -- criando uma massa dura durante o cozimento --, porque a manteiga impede essa ligação.

2)Deve-se deixar repousar a massa para que a água migre entre os grãos de amido e depois penetre nos mesmos, de modo a poder formar-se uma goma a frio e também para poder inchá-los durante o cozimento. Este processo demora porque a manteiga dificulta a passagem da água.

3) Para a massa ficar macia e quebradiça, amasse delicadamente com as pontas dos dedos, evitando sová-la, pois sovar faz o glúten coagular e formar redes duras e elásticas que enrijecem a massa.

4) Conclusão: o modo de fazer uma massa de torta/quiche é fator determinante na qualidade final da mesma.

Como sou igual a São Tomé, que só acredito vendo, testei a massa do Quiche de Palmito, Presunto e Mussarela fazendo-a de duas maneiras:

1ª maneira: colocando todos os ingredientes numa tigela, manipulando delicadamente com as pontas dos dedos, embrulhando em saco plástico hermético e deixando descansar 30 minutos na geladeira. Afinal, abrindo com rolo e assando em forno pré-aquecido a 235º por 2o minutos.

2ª maneira: colocando primeiramente a farinha de trigo e a manteiga numa tigela, misturando-as bem até obter uma farofa e só então acrescentando os outros ingredientes. No resto, fiz tudo igual ao da primeira maneira.

RESULTADO: A massa feita da 2ª maneira ficou muito mais macia que a feita da primeira maneira, o que significa que o dr. Hervé This realmente está certo, e que a maneira de fazer uma massa influencia diretamente na qualidade final da mesma.

-- Nasci professora, nasci para aprender e ensinar. Se você aprendeu algo com este post, minha gratificação será imensa. Se quiser algum esclarecimento, estou à sua disposição e o farei com o coração cheio de alegria.

Um grande abraço, Laura Lucia

Obs.: Sou totalmente responsável pela interpretação livre que dei a este capítulo do livro e por alguns enxertos que fiz, assumindo todo e qualquer erro a este respeito.

*Livro: Um Cientista na Cozinha, ed. Ática, 1996, p. 171-176

segunda-feira, 1 de março de 2010

Quiche de Aspargo e Peito de Peru

Gente, esta quiche sinceramente é maravihoooosa!!! Ah, sim, é verdade que o recheio saiu da minha cabecinha, unindo idéias de recheios de tortas de aspargos que vi na net com outras saídas do Creme de Frango com Aspargo da mamãe, mas nem por isto vou conter meu entusiasmo de dizer que ela é deliciosa. Ora, que diacho, faço cada droga, cada porcaria na cozinha, e não me envergonho de dizê-lo! Se não fosse o “esmeril da França”* que trabalha comigo, eu morreria de remorso de jogar fora tanta comida ruim. Assim, sem nenhuma falsa modéstia, lhe digo, não deixe de experimentar esta quiche, você vai adorar!

Finalmente, depois de testar doze massas para tortas e quiches, encontrei uma massa deliciosa, onde apenas reduzi 25g da manteiga porque da primeira vez que fiz uma quiche com ela, ficou muito quebradiça pelo excesso de gordura. Achei-a na revista Receitas de Sucesso, Ano 1, nº3, especial Tortas Salgadas, p.10, que me custou apenas R$2,90. Vivo me repetindo, mas como não tenho pretensão de ser original, vou dizer novamente, amo minhas revistinhas baratas; delas tenho obtido saborosas receitas.

Vou contar um segredo meu, tá? Sou extremamente mão-aberta, mas vez por outra sofro de umas crises ridículas de miserabilidade. Pois não é que quase substituí o creme de leite da massa por leite de gado com pena de usar só 40g da caixinha!? Ainda bem que não o fiz, pois esta massa, até que me demonstrem o contrário, é a campeã de todas as massas de quiche. Prove, e depois me diga, sim?

*Conheci esta expressão através de uma senhora muito idosa, do Crato-CE, que me explicou ser usada para indicar uma pessoa que comia muito. Antigamente a pedra de esmeril para amolar facas vinha da França. Essa pedra era um disco de esmeril acoplado verticalmente a um carrinho de madeira, a qual tinha uma manivela pregada num dos lados, e que girava com a força motora do braço do amolador. Bastava um entusiasmo maior e, pronto, lá se ia embora a lâmina da faca, “comida” pelo esmeril da França.

Ingredientes *Copo: 185ml *Colher de chá: 2,5ml *Medidas rasas, salvo exceções explícitas
Massa
1. 300g de farinha de trigo
2. 175g de manteiga
3. 1 ovo
4. 40g de creme de leite (40ml) (uso Itambé, de caixinha)
5. 1 1/3 de colher de chá rasa de sal

Recheio
1. 1/2 pacote de creme de cebola (34g) (uso Maggi)
2. 1 colher de sopa cheia de farinha de trigo (20g)
3. 1 copo de leite
4. 1 colher de sobremesa cheia de manteiga (25g)
5. 1 colher de sobremesa bem cheia de parmesão ralado (15g)
6. 1 caixa de creme de leite (200g) (uso Itambé: é mais consistente)

7. 2 ovos

8. 400g de aspargos brancos cortados (uso Casino, peso bruto de 660g)
9. 200g de peito de peru defumado fatiado e cortado em cubinhos

10. Queijo parmesão para polvilhar

Preparo
Massa

Ponha todos os ingredientes numa tigela, misture inicialmente com uma colher de sopa e depois com as mãos, até obter uma massa homogênea. Não use muita delicadeza para a massa não ficar podre, nem amasse demais, para ela não ficar sovada e dura. Embrulhe a massa em filme de PVC ou saco plástico hermético e leve à geladeira durante 1 hora.

Recheio
1. Enquanto espera o tempo da massa: corte o peito de peru. RESERVE.

2. Enquanto espera o tempo da massa: corte os aspargos com faca bem amolada e deixe-os escorrendo numa peneira. RESERVE.

3. Enquanto espera o tempo da massa: misture o creme de cebola e a farinha de trigo numa panela, acrescente o leite aos poucos. Leve ao fogo e mexa durante 2 minutos após engrossar. Apague o fogo. Acrescente a manteiga, o parmesão ralado e o creme de leite; deixe amornar. Bata os ovos por 1 minuto no liquidificador e acrescente o creme de cebola já morno. Bata então até obter uma mistura homogênea. Despeje-a numa tigela. Acrescente o peito de peru e misture bem. Adicione os aspargos e misture delicadamente.

Montagem
1. Acenda o forno a 235º.

2. Espalhe a massa numa forma para quiche de 25x4,5cm (uso Tramontina). Verta o recheio sobre a massa e regularize-o com uma colher de sopa. Polvilhe com queijo parmesão e leve para assar por 35 minutos ou até dourar a borda da massa. Aos 25 minutos, gire a parte da frente da forma para trás com ajuda de dois garfos, um engatado numa das canaletas do lado esquerdo e outro, numa das do direito da mesma: um empurrando para trás e outro puxando pra frente a forma. Objetivo de girar: corar por igual. Quando retirar, deixe amornar sobre uma grade.

3. Desenforme morna usando dois pratos descartáveis grandes (usei com rendas na borda para dar mais beleza): um para retirar da forma e outro para virar novamente e ficar com a parte do recheio para cima. Não usei pratos de louça com medo de eles pesarem na quiche e quebrarem a borda da massa. Sirva a quiche morna com carnes, ou fria com saladas.

Obs: Tradicionalmente, a quiche é composta por uma massa que leva em cima um recheio e por cima deste o creme. Eu prefiro misturar recheio e creme, pois não gosto quando a quiche se desmancha toda no prato porque o recheio não fica unido à massa. Faça como preferir, está bem?